Bum! Fshissssssssssssssssssss...Tomei um baita susto, não só eu como dois ou trés transeuntes que naquele instante passavam pela calçada, era um Pneu que havia furado. Desce o Motorista, aquele cidadão de quarenta e poucos anos, as rugas já querendo marcar presença no rosto e o olhos profundos não escondia poucas horas de sono, deu a volta pela frente do carro e olhou o pneu completamente murcho inclinando para direita o veículo. Levantou a cabeça olhando em volta, provavelmente procurando um Borracheiro um Mecânico, ou até mesmo uma alma bondosa e caridosa para compartilhar o acontecido, mas nada. Já com a chave na mão, abriu o Porta Malas e retirou o que era necessário para a troca, afinal no momento não havia alternativa.
Dez minutos se passam e o que seria fácil agora estava virando uma saga, os parafusos das Rodas não quiseram se soltar com facilidade, mas o problema maior ficaria com o tal macaco, esse não queria fazer o serviço que lhe foi proposto, subia o veiculo um pouco e repentinamente, apos um barulho, retornava a posição inicial. Após a terceira tentativa infrutífera, o cidadão agora vermelho como um tomate, levantou-se de forma brusca ameaçando chutar a lateral do carro mas parou antes de faze-lo, de certo refletira que aquilo não iria resolver seu problema, quando não até piorar com o dito também amassado, olhou em volta como outra vez estivesse a procura de solidariedade, mas só se deparou comigo a assistir a cena, As poucas pessoas que passavam rápido pela calçada não lhe davam a mínima atenção, eu que continuava a fita-lo, agora bocejava de sono, ele então desviando o olhar, com as costas da mão, enxugou o suor da testa, agachou-se novamente, e continuou a brigar com a revoltada ferramenta. Não fiquei para ver o fim da história, mas com certeza a troca em algum instante deu certo, o veículo no outro dia já não estava mais lá.
Dedicado ao leitor Gustavo Louzette