Tarde de primavera, inesperadamente uma pequena Borboleta entrou pela janela, deu umas voltas ás cegas, foi quando a luz guiou-a para uma das janelas fechadas...Em vão, tentava passar, e desesperada debatia-se contra o vidro tentando sair. Eu latia tentando ajudar a indicar o caminho de uma janela aberta ma ela estava demasiada assustada, só via a liberdade tão próxima e inacessível... Por fim, cansada e sem compreender o obstáculo invisível, parou de asa abertas como se dela viesse a força para transpor o vidro. Me aproximei e pude ver como era linda e delicada...Para aquela vida tão breve cada minuto é precioso, comecei a temer por ela, que continuasse a se debater contra o objeto transparente e suas forças se esvaíssem. Só se ouvia o rufar daquele pequeno ser alado, comecei lentamente a me afastar para que se acalmasse, fui andando para trás sem tirar-lhe os olhos, quando para minha surpresa, começou a voar de móveis em móveis , obstáculo a obstáculo a me acompanhar...Fui seguindo em direção da janela aberta do outro lado da Sala e a colorida continuava vindo em minha direção, quando ao se aproximar, uma lufada de vento como uma grande e dócil Mão conduziu o Lepidóptero para fora do cativeiro...Segui o vôo num silêncio cúmplice e feliz. Era linda, batendo as Asas coloridas contra o azul do céu ela foi subindo, subindo, sumindo, só voltou para estar nessa breve história...Viva au Vida.
Dedicado a leitora Marina Silva.