terça-feira, 25 de agosto de 2009

LIGEIRINHO

Já tinha lá seus 7 anos, sua Mãe anunciava a família que provavelmente seria atleta, passava a tarde toda a correr de um lado para outro, de esquina a esquina da rua....O Pai há muito abandonará a família, ...A Matriarca que agora trabalhava fora, deixava pela semana a guarda do Garoto para vizinha que dava sua olhadela no ligeiro Menino assim que o mesmo chegava da Escola, era o tempo de engolir qualquer coisa que a progenitora havia deixado sobre o fogão e sair para a rua correndo de um lado para outro...Em um desses dias encontrou Lica, uma pequena Cadela branca sem raça específica que passou a segui-lo em suas corridas, Lica o adotará... Desgostosa com essa correria sem nexo e mais agora a presença da Vira-Lata , a Mãe chegou a trancar o Guri em Casa, depois levá-lo a um Psicanalista, mas ao fim resignou-se...Comentava com os conhecidos que deveria ser falta da presença Paterna... Por aqui o pequeno já tinha a alcunha de Ligeirinho e aquelas corridas sem fim lhe proporcionaram uma outra atividade...Virou assim um leva e traz , um mensageiro dos Comerciantes e Moradores da região que davam pequenas encomendas ou recados para o veloz brejeiro em troca de algumas moedas...O tempo em marcha e as dificuldades financeiras atingiu a pequena família, o rapaz agora com 16 anos foi a labuta para ajudar...Assim foi o fim da correria do disparate, a fase adulta já lhe batia a porta e ele mesmo as folgas já não corria mais, sentava na calçada a brincar com Lica e a carregar dentro de si uma grande tristeza...A história virou por aqui uma lenda, na verdade desistiu de correr quando acabaram as esperanças, correrá sem parar para encontrar o Pai, Fora assim a última vez que se viram, corria pela rua quando seu Pai correu para ergue-lo nos Braços , mas isso foi a muito, muito tempo...Viva a Vida.


Dedicado a leitora Badiinha.