quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ARTIMANHA DA NATUREZA


Sorrateramente fui me aproximando e olhei dentro de seus olhos, eles me pareciam de vidro colorido e piscavam em demasia , dei dois pulos a frente e ela disparou numa louca correria pela parede do estacionamento, foi quando uma certeira Vassourada contra a Fugitiva fez ela cair ao Chão e separou seu Corpo do Rabo...Vilma, a Funcionária da conservação do Condomínio que naquele instante nós informava de seu pavor para com Lagartixas foi a protagonista daquela Tentativa de Homicídio, A cena era Macabra, Lagartixa de um lado, Rabo do outro ambos pulando aguardando a Morte, abaixei-me ao seu lado e comecei a padecer com o seu sofrimento ...Vilma agora com um olhar de espanto permanecia estática. Eu, ora olhava para lagartixa ora para ela com uma baita raiva, não conseguia compreender como alguém que tem coragem de derramar Cera quente na Perna e arrancar os pelos pela raiz pode ter medo daquela pequena escamosa que literalmente só faz mal a mosca ?...Nesse instante passou um Morador que não me recordo o nome, vindo do local de estacionamento do seu veículo em direção ao elevador , parou por alguns instantes para também admirar a cena Dantesca proporcionada pela famigerada detentora da Vassoura e a amputada vítima , foi quando nós disse com certa propriedade de Biólogo que não haveria porque nós preocuparmos, afinal a Cauda da Sofredora tem a propriedade de se regenerar ..Como se estivesse aguardando um reimplante cirúrgico ou uma definição para seu caso, a inofensiva, assim que ouviu tal dissertação tratou de correr o mais rápido que podia, meio que desajeitada no início mas muito furtiva, logo se escondeu pelos canos de água, seu Rabo que já não dava mais sinal de vida foi então varrido junto com a poeira pela Vilma que nessa altura me parecia aliviada, no fundo acredito que ela não tinha a intenção de provocar nenhum sofrimento ao pequeno Réptil...Quanto a mim fui embora mas louca para encontrar a Lagartixa Coto outra vez e contemplar mais essa artimanha da natureza...Viva au Vida.


Dedicado a leitora Solange Shimada

domingo, 15 de novembro de 2009

CORRER


Desde seu primeiro Post esse Blog nunca ficou tanto tempo sem ser atualizado, assim peço minhas au au desculpas por essas duas semanas que não me foi possível estar junto daqueles que perderam seu precioso tempo para visitar nossa página, a correria do dia a dia foi a responsável, a vilã...A verdade e que o pessoal daqui de casa assumiram alguns compromissos de trabalho pela manhã e a vida passou a ser uma grande correria que sobrou até para mim que corro junto debaixo dos Braços...Corremos para se arrumar, corremos para pegar o Elevador, corremos para evitar o trânsito, corremos para chegar na hora certa, corremos do Assaltante armado, corremos da Burocracia, corremos da repressão, corremos dos Cachorros zangados, corremos para ganhar a vida...Amanhã, outro dia começa, passamos a correr por aquilo que realmente vale a pena, vamos correr para Sorrir, correr para Abraçar, correr para Brincar, correr para Amar, correr para Compartilhar, correr para Viver, Ufa, cansei ...Viva au Vida.


Dedicado a leitora Rosani.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

OÁSIS


Sempre me aperta firme em um abraço que não parece ter fim. Antes de me devolver ao chão me enche de beijos, assim é Dona Eulália, conhecida carinhosamente como Dona Lalá, moradora do Ap 133, ela é daqueles pessoas merecedoras de total consideração, aquele Oásis nesse mundo ríspido. Sempre descontraída, alegre, sorridente, diz que assim que colocou o pé no Estado de São Paulo nunca mais passou dificuldades na vida, conta sempre que ao chegar por aqui no início da década de 1970, ainda criança, conheceu aquela Metrópole cheio de mistérios, encantos, possibilidades, delícias e medos. Um lugar indecifrável para aquela criança assustada.Tudo cheirava a novo, era uma surpresa a cada esquina...Era o famoso tempo do milagre econômico, estávamos no Brasil do Governo Médici, País do futuro, e São Paulo era o carro Chefe da Nação, e ela estava lá para ser testemunha ocular dessa pujança esperada...Não demorou para perceber que o futuro dependia de seu esforço, assim deixou a única Boneca, aquela com os Cabelos de náilon, de lado para trabalhar em Casas de Família de classe média que gerava emprego para os recém chegados migrantes....Mesmo não sendo a vida fácil, para quem tinha vindo do Nordeste vivendo condições quase medievais, regida pela natureza, acordando com o Sol, dormindo quando ele dormia, por pior que fosse a labuta aqui ainda era ( como no antigo testamento ) a terra prometida, a esperança...Hoje vivendo com o Marido, tem orgulho de contar quando aqui chegou e quanto trabalhou para criar os filhos e ter uma vida sempre digna...Apesar de tantos anos passados ainda vê São Paulo com os mesmos olhos brilhantes de criança, o lugar que continua indecifrável...Viva os Imigrantes ,Viva Dona Eulália....Viva a Vida.


Dedicado a leitora Leandra Flores Rodrigues.